quinta-feira, 3 de março de 2011

Tradição Yorubá

Neste texto, o professor Juarez Tadeu de Paula Xavier, que reúne em sua bagagem o conhecimento formal (como jornalista, mestre em História e doutorando pela USP) e religioso popular (como sacerdote iorubá) nos fornece uma introdução ao universo da tradição iorubá e das dinâmicas que envolvem sua religiosidade.
Fibra óptica da conexão com a ancestralidade

O povo yorubá

Todos os diversos grupos provenientes do Sul e do Centro do Daomé e do Sudoeste da Nigéria, de uma vasta região que se convencionou chamar de Yoru Baland, são reconhecidos no Brasil sob o nome genérico de nagô, portadores de uma tradição cuja riqueza deriva das culturas individuais dos diferentes reinos. Os ketu, sabe, oió, eógbá, egbado, ijesa, ijebu, importaram para o Brasil seus costumes, suas estruturas hierárquicas, seus conceitos filosóficos e estéticos, sua língua, sua música, sua literatura oral e mitológica. Eles trouxeram para o Brasil sua religião - sobretudo da mesma forma que a palavra yorubá na Nigéria, ou a palavra iucumi em Cuba, o termo nagô no Brasil acabou por ser aplicado coletivamente a todos estes grupos vinculados por uma língua comum.

Em suas regiões de origem, todos se consideram descendentes de um único progenitor mitológico, oduduwá, emigrantes de um mítico lugar de origem, Ilé Ife. Eles falam yorubá conhecido como eyo, falado no antigo reino de oió. Ainda são conhecidos hoje em dia com o nome de anagó, e existem outros grupos em ifónyin e ilaaró. Os yorubá do Daomé, de onde provém a maior parte dos nagô brasileiros, estão constituídos de populações que se consideram descendentes de Ife, irmanados por um mesmo mito genético. São conhecidos com o nome genérico de nagô, nagonu ou anagonu, pessoa ou povo anagó, nome constituído de anagó + nu, sufixo que, em fon, significa “pessoa”. Por extensão, chamam-se anagonu, no Daomé, todos os iniciados e os sacerdotes praticantes da religião que cultua as entidades sobrenaturais de origem nagô.

                                                       
Estrutura religiosa

No complexo universo religioso iorubá, existem muitas “deidades” (ebura, ebora, imola, irunmole, orisa). Nunca foi registrado o total de deidades existentes de fato. Muitos pesquisadores e sacerdotes (Bascom, Abimbola, entre outros) falam com freqüência de 400 divindades, a exemplo de diversos versos de Ifá. Porém, esse é um número místico. Ele só pode ser interpretado como uma grande quantidade de seres divinos.

Alguns versos narram a existência de 400 divindades à direita e 200 divindades à esquerda. Cada uma delas com atributos especiais, funções específicas e poderes. Mas todas podem gerar filhos, proteger e oferecer outras bênçãos aos seus devotos fiéis. O orixá de brancura ou grande divindade (Orisala, Orinsala, Osala), também conhecido como “o rei que tem um traje branco” (Obatala), criou o primeiro homem e mulher e modela a forma humana no ventre materno (Ajala). Esse orixá aparece num grande número de versos, além de outros membros de seu panteão de deidades brancas (orisa funfun). A palavra “orixá” (orisa) tem sido freqüentemente traduzida como deidade e é, por vezes, usada em Ifé (centro religioso iorubá) como sinônimo de “ebora”. Mas em seu significado mais específico, orixá quer dizer um dos mais de cinqüenta membros do panteão de Obatala.

Muitas outras divindades aparecem nos versos, inclusive o orixá do raio, Xangô/ Jakuta/ Orinfé; o orixá da guerra e também do ferro, da metalurgia e da reinvenção da estrutura civilizatória no Aye–Terra, Ogun; o orixá da varíola, Omolu/ Obaluaye/ Xapono; o orixá da medicina e das folhas, Osanyin. Porém, os mais mencionados são Orunmila, Exú e Olorun. Olorun – o Senhor do orun - é “aquele que possui o orun” (0-1 (i) – orun) ou “rei do orun (Oba Orun). Ele é identificado como Olodunmare. A significação deste nome é explicado em um dos versos de Ifá como “Aquele que tem odu, filho de Piton” (Ere).

Olodunmare às vezes é identificado como um título de Ifá. Outras vezes como aquele a quem Exú leva os sacrifícios (ebó). Pesquisadores europeus consideraram Olodunmare como elemento da Santíssima Trindade, junto com Olorun e Eleda (a alma guardiã ancestral), ou igualam Olodunmare a Olorun, dando como seu significado “o Todo-Poderoso”). Entretanto, nos versos de Ifá, Olodunmare/ Olorun/ Olodun/ Olufin – entre outras definições do nome de “Deus” – é arquidivindade do panteão iorubá. Ele é o criador dos orixá/ebora/irunmole, da Ara Aye (Humanidade), do cosmo e de todas as coisas. Ele não tem início nem fim. Olodunmare é, por definição, o Ser Absoluto.

No panteão iorubá, há uma deidade que atravessa toda a estrutura religiosa. Ela está presente nos cultos dos lesse orixá – adoradores de orixá - e nos cultos dos lesse Egun – adoradores de Egun. Seu nome é Exú (Bara, Elegbara, Elegba). Exú é a primeira deidade a ser criada por Olodunmare e é o mais sagaz de todos os orixás. Ele é o mensageiro divino. Um dos seus papéis é entregar os sacrifícios que recebe a Olodunmare. Todos os sacerdotes da religião tradicional iorubá consideram esse papel importante. Entre suas várias facetas, Exú é apontado como “manhoso trapaceiro”, o divino contraponto do cágado nos contos populares iorubá, que se deleita com as desordens que arma; também serve Olodunmare e os outros orixás; causa contratempos para os seres humanos que os ofendem ou negligenciam suas obrigações religiosas. Ele é notório por começar brigas, por matar pessoas ao fazer cair paredes e árvores sobre elas, por provocar calamidades tanto para os orixás como para os humanos, mas sua atuação ao realizar a entrega de sacrifícios a Olodunmare é o motor de todo o sistema de conservação e transmissão do axé – capacidade de realizar -, atributo de Olodunmare, de Deus.

Em outro verso, Exú é identificado como sendo aquele indicado por Olodunmare para vigiar os outros orixás na Terra. A reputação de malignidade de Exú decorre do fato de ele ter o importante papel de executor divino, punindo aqueles que descumprem os sacrifícios prescritos - ebó – e recompensando os que os fazem.

Segundo os versos de Ifá, Exú deixa Sakeu para morrer no ar médio, faz com que dois amigos morram no mesmo dia, tudo porque deixaram de sacrificar. Outro par de amigos morrem no mesmo dia porque deixaram de acalmar Exú, a rã é ferida e perde sua coroa por não conseguir apaziguar Exú; o Rei das Térmitas faz o sacrifício e é feito rei, mas quando se recusa a realizar um segundo sacrifício contra Ikú – a morte -, Exú destroça a colina das Térmitas (cupinzeiro); Ojuro deixa de sacrificar e Exú a faz perder seu caminho, mas quando seus parentes sacrificam em seu nome, ela é encontrada; outra personagem faz um sacrifício para ter filhos, mas não um segundo para que não se tornem inimigos. Quando os filhos dela nascem, Exú faz com que eles lutem entre si e ambos perecem.

Em muitos versos igualmente numerosos, Exú auxilia os que fizeram os sacrifícios prescritos e os assistiu na obtenção daquilo que desejavam. O próprio Orunmila posterga um sacrifício e é levado como ladrão, mas quando o faz, Exú o auxilia não só para fugir, mas também para que seja recompensado por haver sido falsamente acusado. A hiena faz um sacrifício e se torna rei; e quando deixa de fazer um segundo sacrifício, Exú provoca sua deposição, mas quando a hiena finalmente efetua o sacrifício, Exú a auxilia a recuperar a coroa. Quando a mulher do rei faz sua escrava realizar um sacrifício em seu lugar, Exú dá a criança prometida à escrava. Ajaolele sacrifica e Exú o faz lutar com a filha do chefe, mas por meio disso ele se casa com ela e com duas outras esposas sem ter que pagar pecúlio às noivas. Exú interveio para salvar o povo de More da morte; ajudou Galo a vencer um torneio de capinação e, em conseqüência, a conquistar uma noiva; ajudou Orunmila a se casar com a Terra, tudo porque os sacrifícios prescritos foram realizados.

Axé

O axé é a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o devir. Sem ele a existência estaria paralisada, desprovida de toda possibilidade de realização. É o princípio que torna possível o processo vital. Como toda força, o axé é transmissível; é conduzido por meios materiais e simbólicos, e é acumulável. É uma força que só pode ser adquirida por introjeção ou por contato. Pode ser transmitida a objetos ou a seres humanos. Este termo designa, em nagô, a força invisível, a força mágico-sagrada de toda divindade, de todo ser animado, de toda coisa. Mas esta força não aparece espontaneamente: deve ser transmitida. Todo objeto, ser ou lugar consagrado só o é através da aquisição de axé. Compreende-se assim que o “terreiro”, todos os seus conteúdos materiais e seus iniciados, devem receber axé, acumulá-lo, mantê-lo e desenvolvê-lo.


Sistema Divinatório

Três etapas principais envolvem a divinação Ifá. A primeira é a seleção da figura ou configuração correta, com a qual é associada a mensagem que Ifá deseja ver transmitida ao consulente. Isso é conseguido por intermédio da manipulação de dendês ou pelo arremesso do apele, e pode ser interpretado em termos das leis da probabilidade, com cada uma das figuras uma chance em 256 para aparecer. A escolha não é deixada ao acaso ou sorte; é antes, controlada por Ifá, pessoalmente. A figura inicial jogada é que determina o grupo de versos que serão recitados. Em segundo lugar, o verso correto relacionado com o problema do consulente precisa ser selecionado dentre aqueles que o divinador tiver memorizado para essa figura. Os versos lidam com uma gama de problemas com os quais o consulente pode estar sendo confrontado, incluindo enfermidade e morte, pobreza e dívidas, contraindo matrimônio e tendo filhos, adquirindo terra nova e construindo nova casa, escolhendo um chefe e obtendo um título, empreendendo um negócio, fazendo uma viagem e recuperando uma propriedade perdida. Os versos prescrevem o sacrifício a ser oferecido, embora isso possa ser, de algum modo, modificado, e eles predizem o resultado ou desenlace do problema do consulente. Finalmente, é indispensável para o consulente oferecer o sacrifício no modo prescrito a fim de assegurar as bênçãos ou prevenir conseqüências más que tenham sido profetizadas.

O resumo geral da divinação é o seguinte: 1 - o primeiro arremesso é para determinar qual a figura para quem os versos de Ifá são recitados; 2 - dois lançamentos são feitos para determinar se os prognósticos são para o bem ou para o mal; 3 - cinco caídas são realizadas para se descobrir que gênero de bem ou mal está indicado; 4 - uma seqüência de arremessos duplos pode ser efetuada para se determinar, mais pormenorizadamente, o que é o mal; 5 - duas caídas são jogadas para se descobrir se um sacrifício (ebó) é suficiente, ou se, além de disso, é exigido um adimu; 6 - se adimu é indicado, cinco lançamentos são efetuados para saber para quem deverá ser oferecido; 7 - se adimu é para ser feito para uma “divindade branca”, isso é identificado por uma sucessão de lançamentos duplos; 8 - cinco arremessos são realizados para se avaliar aquilo que é requerido como adimu; 9 - se exige um animal vivo, uma série de arremessos duplos será feita para se descobrir de que tipo; 10 - os versos da figura do arremesso inicial são recitados e o verso apropriado é selecionado; 11 - o sacrifício adequado é determinado por uma série de arremessos duplos (caso no ponto 5 esteja indicado um ebó, as etapas de 6 a 9 são omitidas; se o consulente desejar, as etapas de 2 a 9 podem ser eliminadas; caso o sistema utilizado seja o dos dendês – ikin -, todo o processo pode ser reduzido aos pontos 1 e 10 apenas.)

Assim, para os iorubás as coisas desejáveis neste mundo são representadas por cinco categorias, dispostas em ordem de importância: vida longa ou “não morte” (ayku), dinheiro (aje, owo), casamento ou esposas (aya, iyawo), filhos (omo) e vitória (isegun) sobre os inimigos do indivíduo. Primeiro que tudo, um homem deseja viver uma vida longa, porque se ele morrer todas as coisas divinas se tornam sem sentido. Se não morre, ele quer ter dinheiro, pois por seu intermédio ele poderá se casar. Se tem dinheiro, ele quer esposa, de modo a poder ter filhos. Finalmente, se tem filho, mulheres, dinheiro e boa saúde, só rezará para que seja capaz de vencer os seus inimigos. Cada uma dessas bênçãos será de pequena valia sem aquelas que a precedem.

Para representar as cinco espécies do “bom”, os iorubás usam uma pequena pedra (okuta), dois cauris grandes (owo) atados juntos, a extremidade da concha de um caracol (igbin), um osso miúdo (egun, egungun), que é freqüentemente uma vértebra, e um caco (apadi) de um prato de louça ou tigela. A pedra representa longa vida porque não morre. Os cauris significam dinheiro, tendo sido usados como tal antes da introdução da moeda corrente européia. O caracol figura como casamento, pois caracóis integram parte dos presentes que precedem o matrimônio: um homem precisa possuir caracóis antes de obter uma esposa, ou a esposa traz caracóis em sacrifício a Ifá. O osso representa filhos porque são os próprios ossos de cada um, como dizem os iorubás. O caco de louça significa a derrota dos inimigos porque um prato ou tigela são inúteis depois de quebrados, significando que os inimigos de alguém serão derrotados como um prato quebrado.


Os sacrifícios e as
medicinas iorubás

O objetivo da divinação Ifá é determinar o sacrifício necessário para assegurar uma solução favorável do problema com que se confronta o consulente. Sacrifícios são necessários para assegurar que predições de boa sorte se concretizem, bem como evitar infortúnios que tenham sido previstos. A não realização de um sacrifício pode redundar não só em perdas como também em conseqüências maléficas. Exceto para oferendas conhecidas como adimu, todos os sacrifícios (ebó) são ofertados (ru, rubo, ru-ebo) ao sacrário de Exú, a não ser que haja especificação diferente nos versos de Ifá. Exú é simbolizado por um tosco bloco de laterita (yangi) colocada na parte externa de qualquer conjunto de moradias de Ifé, e do lado de fora do aposento de qualquer Babalaô. Um líquido é despejado sobre a laterita, pedaços de cola (obi) são colocados em seu topo e os restos do sacrifício, em sua base. Em Meko e em algumas cidades do território iorubá, uma grosseira imagem de barro é o símbolo de Exú que o divinador mantém em cima de um pote invertido. Durante o sacrifício, o consulente reza “Exú, aqui está meu sacrifício. Por favor, diga a Olorun (deus do orun) para que aceite meu sacrifício e alivie meu sofrimento”. Uma reduzida parte de cada sacrifício é posta de lado para o próprio Exú, a fim de assegurar que ele levará o restante para Olorun, a quem os sacrifícios são destinados. Exú não conduz sacrifícios para outros orixás; a estes, os sacrifícios são realizados em seus próprios sacrários respectivos, mas novamente uma parte é posta para Exú.


Os babalawo
(divinadores)

Os divinadores de Ifé são chamados de babalaôs ou “pais do segredo” (baba-li-awo) ou simplesmente awo, dos outros devotos de Ifá como “pais dos que têm Ifá “ (baba onifa). O termo onifa ou “aqueles que têm Ifá” (o-ni-Ifá) se refere a todos devotos de Ifá, inclusive os babalaôs, do mesmo modo que seu sinônimo, olorunmila, ou aqueles que tem orunmila (o-li-orunmila). Os devotos de Ifá incluem homens que herdam ou são iniciados na devoção de Ifá, sem se tornarem divinadores, assim como mulheres que são encarregadas de cuidar dos dendês do pai, mas que jamais poderão se tornar babalaô. Também são babalaôs os sacerdotes de Ifá, servindo outros devotos de Ifá, assim como divinando para os devotados de outros orixás.

Segundo os principais babalaôs, antes de um homem tornar-se divinador, ele tem que estudar Ifá por três, cinco ou sete anos. Os 16 odus básicos de Ifá e suas variantes devem ser memorizados no decorrer do primeiro ano. No segundo, o discípulo deve aprender a receber ibo para Ifá. No terceiro ano, o discípulo tem que memorizar os versos pertencentes a cada odu. Esta é a parte mais difícil do aprendizado de uma babalaô.


Os versos de Ifá

Os versos de Ifá – que contêm tanto as predições quanto os sacrifícios - constituem o cerne da divinação. A escolha do verso correto dentre aqueles memorizados pelo divinador constitui o ponto crucial de qualquer consulta. As figuras são apenas meios para o fim último do verso adequado. Os versos fornecem a chave para o objetivo final: determinar o sacrifício requerido para resolver o problema do consulente. Uma vez oferecido o sacrifício, as questões ficam nas mãos dos Orixás.

Levaria anos para que se determinasse o número exato dos versos de Ifá. Os conhecidos variam não só de um divinador para outro, mas também de um lugar para outro do território iorubá. Segundo alguns babalaôs, existem 16 versos para cada figura, perfazendo um total de 4.096 versos. Porém, 16 é um número místico em divinação Ifá. Isso não passa de uma afirmação convencional, e talvez até mesmo uma subestimação.

As informações contidas nos versos de Ifá são referentes a assuntos de teologia, ritual, status social e político. Elas são aceitas como verdadeiras. Para os iorubás, os versos têm importância religiosa, social e histórica. Eles constituem as escrituras da religião iorubá e têm sido considerados como a “Bíblia” dos literatos iorubá. Isso porque os versos contêm quatro ramos de conhecimento: religião, história, medicina e ciência, esses últimos referindo-se a explicações das características de pássaros, animais, plantas, metais e variados objetos citados.

A maioria deles pode ser considerada como consistindo em três partes: 1 - a citação do caso mitológico que serve de precedente; 2 - a solução ou desfecho desse caso; 3 - sua aplicação ao consulente. Os divinadores não analisam os versos nas três seções acima, mas diferenciam entre o mito ou “história” (itan) que alguns versos incorporam e o restante do verso. Os versos são conhecidos por fileiras (esse) e são, às vezes, classificados como odu, a mesma palavra que é usada para as figuras de Ifá, ou como designações de louvor (oriki, okiki, ekiki) de Ifá.

Em quase todos versos registrados, a personagem mitológica deixa de sacrificar ou, de outra maneira, não observa os conselhos dos divinadores. Quase inevitavelmente ela sofre infortúnios como conseqüência, enquanto a que sacrifica conforme as instruções geralmente prospera. A moral das narrativas é clara nos versos. É prudente sacrificar e perigoso não o fazer; é melhor fazer sacrifícios exatamente conforme mandado; é conveniente realizá-los o mais cedo possível; e é melhor dar alguma coisa que absolutamente nada. Não há verso algum em que a personagem prospere sem, pelo menos, haver consultado Exú; o único que pode se apresentar diante de Olodunmare com as solicitações humanas.

Bibliografia:


Abimbola,W. Iorubá Oral Tradition, 1975.
Bascom, W. Ifa Divination, 1969.

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