sábado, 27 de fevereiro de 2010

IYEMANJA YÈYÉ OMO EJÁ


A figura africana da Grande Mãe dos Orísás, a Deusa dos seios chorosos está muito distante desta representação brasileira. Na África IYEMANJÁ é a grande mãe geratriz e provedora do sustento de toda a humanidade. Filha de Olokum a grande Deusa do oceano, divindade praticamente desconhecida no Brasil. Mãe dos rios, dona dos mares piscosos, propietária de todas as riquezas do mar. Iyemanja foi esposa de Orunmilá, o senhor do Oráculo e de Obá Olofim Oduduwá, antigo e poderoso Rei da cidade de IFÉ , com quem teve dez filhos, mostrando que a parte histórica se mistura com a mitica. Foi também esposa de Osalá, alusão ao simbolismo da fusão entre o céu e o mar, significando a fecundidade da natureza e a procriação da humanidade simbolizada pelos seus filhos: os peixes. Lenda: Uma de suas lendas conta que Iyemanja era casada com Obá Olofim Oduduwá, poderoso Rei de Ifé com quem tinha dez filhos , mas estava insatisfeita com seu casamento, mas tinha medo de deixar o marido e por seu instinto maternal relutava em desamparar os filhos. Olofim era um tirano que artomentava a vida de Iyemanja e esta, devido ao seu caráter altivo de soberana, já não suportando mais a submissão imposta, resolveu fugir para as terras do país de Abeokutá . Neste novo reino conheceu Okerê rei de Xaxi. Este apaixonou se por Iyemanjá pois esta era muito bonita e propôs-lhe casamento. Iyemanjá concordou com a condição. Que este nunca ridicularizasse seus seios que eram enormes por ter amamentado tantos filhos. Okerê concordou e tratava Iyemanjá com muito respeito, mas um dia , Okerê tonto de tanto vinho de palma que tinha ingerido, chegou em casa tropeçando em Iyemanjá que o chamou de bebado. Okere que já não sabia o que estava fazendo, começou a humilha-la dizendo: e voçê, com seus seios enormes, balançantes e trêmulos. Iyemanjá ofendida, pegou seus filhos e fugiu para não voltar nunca mais. Okerê vaidoso, não queria perder a esposa. Saiu atrás de Iyemanjá com seus soldados. Durante a fuga com seus filhos, Iyemanjá percebeu que Okeê colocara no seu encalço o exército para captura-la. Sua mãe Olokum, havia lhe presenteado tempos atrás com uma cabaça mágica para ser usada, caso precisasse, em caso de perigo e o mar iria em seu socorro. Ao sentir-se acuada e sem saída, Iyemanjá então abriu a cabaça e pediu ajuda a Olokum. Então do interior da cabaça a magia transformou Iyemanjá num enorme rio que corria em direção ao mar. Mas Okerê desejando vencer Iyemanjá transformou-se numa montanha, barrando o caminho do rio. Então Iyemanjá pediu ajuda a seu filho Sângo, que com um poderoso raio partiu a montanha em dois, e assim o rio seguiu seu curso para o oceano levando Iyemanjá e seus filhos para a segurança e a liberdade. Nos mitos yorubás sobre a criação do mundo, Iyemanjá é tida como a mãe e senhora de todas as aguas do mundo, sejam doces ou salgadas. Nas histórias mais antigas, o primeiro casal de Orisás que formou o mundo foi Obatalá, o céu, e Oduduwá a terra. Seus filhos foram Aganjú, a abóbada celeste, e Iemanjá, as aguas. Deste casamento nasceu Orungá, o ar atmosférico. Na África, o culto a Iyemanjá tem muitas variações , que variam de região , mesmo dentro da mesma grande nação yorubá, dividida em pequenas etnias. Por exemplo; a divindade do oceano é OLÓÒKUN, considerada um Orisá masculino na região de OYÓ e feminino da região da cidade de IFÉ. O culto a Iyemanjá originou-se no território de Abeokutá entre o povo EGBÁ, às margens do rio Ogum, que mais tarde transformou-o em culto aos ancestrais femininos , sendo fesrejado no festival GELEDÉ, estendendo-se assim por várias cidades. Assim como Osún, Iyemanjá é considerada a Iyabá da riqueza, da beleza e patrona da maternidade. Porém enquanto Osún tem o poder de seu asé ligado ao feto e ao parto, cuidando da criança nos seus primeiros anos, Iyemanjá se encarrega da segunda infancia e da sua educação. Diz-se que quando já é possível identificar o Orisá de uma criança através do oráculo, esta deixa de ser responsabilidade de Osún. Iyemanjá é a personificação da figura materna em toda sua extensão. Ela é considerada a mãe da humanidade. Na África é apresentada grávida, com as mãos no ventre e com os seios volumosos pela maternidade. ODÒ IYÁ, IYEMANJÁ, ATARAMAGBÁ AJEJÈ LOD^! AJEJÊ NILÊ! (MÃE das águas, IYEMANJÁ, que estendeu-se ao longe na amplidão. paz nas águas! paz na casa! ) .

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